Defensivos agrícolas, caminhões, bois e demais componentes de propriedades rurais tem sido alvo de bandidos constantemente. Por dia uma média de quatro propriedades são roubadas ou furtadas em Mato Grosso. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) apontam que até metade do ano foram 625 furtos e 85 roubos desta natureza.
No ano passado os dados da Secretaria de Estado e Segurança Pública mostram que foram 1.801 furtos de objetos e veículos em propriedades agrícolas. Em 2015 foram registradas 1.547 ocorrências. Dos casos, 13% envolvem roubo ou furto de veículos de grande porte, como tratores, caminhões e pá carregadeira. Ainda, 6.828 bovinos foram roubados ou furtados de fazendas no ano passado.
Mais de 80% dos objetos levados pelos criminosos são roçadeiras, motosserra, peças de trator e baterias. Os defensivos agrícolas foram alvos de 59 furtos em 2016 e sete roubos. Já em 2015 foram 49 furtos e seis registros de roubo em todo Estado.
Uma das regiões mais afetadas com o alto índice de roubos e furtos nas propriedades rurais tem sido Campo Novo do Parecis (390 quilômetros de Cuiabá). Segundo a FAMATO, isso tem preocupado produtores rurais. De acordo com a Polícia Judiciária Civil, apenas nos primeiros três meses do ano foram registrados 12 furtos em propriedades rurais do município. Durante todo o ano de 2016 foram 26 casos registrados. Conforme a polícia, os criminosos costumam agir de madrugada e há casos segundo a FAMATO em que apenas um produtor contabiliza prejuízos de até R$ 3 milhões.
Com isso, para tentar minimizar os prejuízos, os produtores tem adotado medidas como manter estoques baixos de defensivos, redobrar a segurança com câmeras, alarmes, animais, etc.
Observatório da Criminalidade - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) criou este ano o Observatório da Criminalidade no Campo para traçar um diagnóstico dos crimes nas propriedades rurais e propor ações que combatam a violência que atinge o produtor e seus familiares. Por meio de um formulário disponível no site www.cnabrasil.org.br, produtores de todo o país podem relatar casos de violência no campo. Com o cadastro, será possível saber, por exemplo, as regiões mais atingidas pela violência, os tipos de crimes e até os produtos mais visados para roubos e furtos. A partir deste diagnóstico, será possível oferecer informações estratégicas aos órgãos competentes para que tomem as providências adequadas.
Roseli Giachini coordenadora da Comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja confirma que de fato os números da criminalidade nas propriedades rurais são assustadores. No entanto, ela afirma que uma rede está sendo formada em conjunto com a Sesp no sentido de coibir a criminalidade, chegar aos autores e também aos receptadores.
“Estamos desenvolvendo está rede e já vemos resultado na diminuição de casos. Temos por exemplo o projeto monitor, temos o canal de denúncias via whatshaap, temos uma rede com delegados, estamos trabalhando fortemente nesta questão”, disse Roseli.
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